A inteligência artificial assumiu o centro do palco do SXSW, especialmente em discussões sobre o futuro do trabalho. Os painéis exploraram conexões profundas e, em geral, as análises foram otimistas. Para Nickle LaMoreaux, sênior vice-presidente e chief human resources officer da IBM, o potencial de substituição de empregos pela IA é pequeno.
Ela argumentou que, à medida que a taxa de natalidade diminui em grandes mercados, a base de talentos disponíveis no futuro pode não ser suficiente para sustentar a economia. Nesse contexto, a IA pode ser uma resposta viável.
“Estamos temendo a coisa errada”, declarou LaMoreaux. Ela destacou que a fonte de insegurança não deve ser a possível substituição de empregos, mas sim a transformação desses empregos. “Estamos preparados para essas mudanças?” questionou.
Embora haja debates sobre a capacidade da IA de reduzir principalmente os empregos de nível inicial, os executivos acreditam que as gerações mais jovens estão em vantagem, pois já estão familiarizadas com ferramentas tecnológicas em seus ambientes pessoais antes mesmo de ingressarem no mercado de trabalho.
“Acredito que não precisarei mais pagar alguém para passar metade do tempo preenchendo planilhas. Em vez disso, essa pessoa poderá se concentrar em mentorar e criar planos de aprendizado. Isso, por sua vez, impulsionará o crescimento econômico”, analisou a CHRO da IBM.
À medida que a tecnologia se torna uma commodity, os líderes estão investindo no desenvolvimento das chamadas habilidades interpessoais, ou “soft skills”. Jim Link, chief human resources officer da Society for Human Resource Management, enfatizou habilidades como persuasão e influência. “Você pode ser altamente habilidoso em tecnologia, mas se não possuir essas habilidades interpessoais, provavelmente perderá oportunidades”, explicou.
Sandy Carter, ex-gerente geral da IBM e atual diretora de operações da Unstoppable Domains, incentivou os executivos a abraçarem a IA em vez de resistirem a ela. Ela enfatizou a importância de fazer perguntas e estar aberto ao aprendizado contínuo.
Em seu relatório, Carter destacou o crescimento exponencial da IA, sem sinais de desaceleração. Segundo a pesquisa da Unstoppable, 80% das empresas planejam expandir seu uso de IA, enquanto a automação aumentou 25% em um ano. Ela destacou a importância de equipes ágeis, os chamados “rabbits”, que são capazes de se adaptar rapidamente às mudanças.
Já Peter Deng (foto), vice-presidente de consumo da OpenAI, falou sobre o objetivo da empresa de democratizar a tecnologia, tornando-a mais acessível para que mais pessoas possam aproveitar seus benefícios. Ele enfatizou como a IA pode nos tornar mais humanos, liberando tempo para explorar ideias e exercer a criatividade.
A discussão no SXSW deste ano destacou não apenas os desafios, mas também as oportunidades que a inteligência artificial traz para o futuro do trabalho, incentivando uma abordagem proativa e otimista em relação à mudança tecnológica.
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